Recuperação da bovinocultura de corte
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Internet - As carnes deverão ser mais ofertadas a mercados interno e, em contrapartida, menos exportadas.
A expectativa da Conab, somando carnes bovinas, suínas e aves e a quantidade do produto no mercado doméstico, está projetada em 20,77 milhões de toneladas
A oferta de carnes pode atingir o maior nível na série histórica dentro do mercado interno. A expectativa se encaixa no quadro de suprimentos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), somando os três tipos de proteína animal mais consumida pelos brasileiros, a quantidade do produto no mercado doméstico está projetada em 20,77 milhões de toneladas, um aumento de 5% se comparado com volume estimado em 2022.
O presidente da companhia, Edegar Pretto, afirma que o cenário é oportuno para a queda de preços. “Esse cenário contribui para uma tendência queda nos preços, o que já começa a ser percebido no mercado como mostra a pesquisa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor [IPCA] divulgado, em março, pelo IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística]”.
Junto a maior produção, a disponibilidade cresce, podendo atingir 96 quilos por habitante no período de um ano – segundo maior índice já registrado, sendo inferior apenas ao ano de 2013. O incremento no indicador acompanha o crescimento da população brasileira.
A carne bovina é a maior estimação realizada pela Conab. A estimativa consta a produção de aproximados 9 milhões de toneladas neste ano. O período tende a ser o pico de abates, devido ao momento da pecuária, onde haverá mais descarte de fêmeas e logo, uma elevação na oferta de carnes no mercado.
Outra previsão é que a exportação, principalmente para o mercado chinês, caia. Isso ocorre devido as medidas de protocolos sanitários. A situação foi contornada com o fim do embargo pela China, ainda em março. Acaba que a alta na produção e a queda na exportação oportuniza aumento de 12,4%, podendo chegar a 6,26 milhões de toneladas do alimento, na disponibilidade da carne bovina em casa. A maior oferta influencia positivamente na disponibilidade per capita, no qual é esperada uma recuperação na ordem de 11,6%, estimada em 29 quilos por habitante por ano.
Disponibilização de aves
Aumento também é esperado em relação às aves. Cerca de 3,1% saindo de 14,78 milhões de toneladas para 15,24 milhões de toneladas é estimado. As exportações também devem crescer (+4,7%), e atingir um recorde de 4,8 milhões de toneladas embarcadas.
Pesquisa do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) revela que o primeiro trimestre de 2023 está 17% superior ao mesmo período do ano passado. “As recentes detecções de casos de gripe aviária em países vizinhos, como Argentina, Uruguai e Chile, causam apreensão no setor, em virtude da proximidade geográfica com o sul do País, principal região produtora e responsável por mais de 60% da produção nacional de carne de frango. Mas, o Brasil tem reforçado as barreiras sanitárias para que o país siga livre da doença”, analisa o gerente de Fibras e Alimentos Básicos da Conab, Gabriel Rabello.
Suínos
Produção de suínos também deve estar em alta, podendo ultrapassar 5,3 milhões de toneladas – maior volume para a série histórica. A disponibilidade per capita do produto tende a ficar semelhante a 2022 (torno de 19 quilos por habitante ao ano). A elevação da população e exportações é compensado na conta do incremento da oferta da carne no mercado interno.
“A previsão é que as vendas ao mercado externo atinjam 1,2 milhão de toneladas, volume 8,3% superior ao comparado com o ano passado. Essa tendência pode ser confirmada após bons volumes embarcados entre janeiro e março deste ano, além do registro de focos de peste suína africana na China”, pondera o analista da Companhia, Wander de Sousa.
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